quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Matéria sobre o CD “Camisa 10″ no Jornal da Tarde


Por Equipe CBJR

O Jornal da Tarde publicou em sua edição dessa terça-feira, dia 29 de setembro, uma matéria destacando o lançamento do CD “Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva”, o décimo disco da banda Charlie Brown Jr.

A matéria, intitulada “Os brutos também amam”, é baseada em uma entrevista que o Chorão concedeu ao jornal. Nesse bate-papo, Chorão falou sobre o disco recém-lançado, é claro, e também revelou algumas novidades a respeito de seus próximos projetos, como o novo DVD do Charlie Brown Jr e as filmagens de seu segundo longa-metragem, “O Cobrador”.

Os brutos também amam

Por Marco Bezzi - Jornal da Tarde

O polêmico Chorão, ao lançar CD com Charlie Brown Jr, mostra o lado que poucos conhecem

Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva não é apenas mais um disco de carreira do Charlie Brown Jr. Em suas letras e, principalmente, no papo que bateu com o JT durante a tarde de ontem em um hotel na região da Berrini, Alexandre Magno Abrão, o Chorão, mostrou-se outra pessoa. Ou, pelo menos, quis passar essa imagem. Antes da conversa, Chorão quis mostrar um documentário em que as gravações do novo CD vinham pontuadas por depoimentos e amostras de alguns serviços sociais que faz.

“Quero que as pessoas me vejam de outra maneira. Especialmente no que diz respeito ao meu caráter. Faço esses projetos sociais há muito tempo, mas nunca havia mostrado para ninguém. Agora, se neguinho for falar mal, pelo menos vai ter visto tudo o que eu faço por fora da banda”, falou. O DVD, que era para ser lançado junto com o CD, atrasou e vai sair apenas em novembro.

Cercado por Thiago Castanho (guitarra), Heitor Gomes (baixo) e Bruno Graveto (bateria), o vocalista foi o único a falar durante toda a entrevista. O disco, com 13 faixas, traz versos como “o homem quando está em paz / Não quer guerra com ninguém”, de Só os Loucos Sabem. “Essa frase reflete muito o meu estado atual. Fiquei um ano parado, fazendo outras coisas na minha vida. Foi a primeira vez que parei desde quando lançamos nosso primeiro disco, em 1997”, conta.

Segundo Chorão, a mudança de gravadora e a presença de sua família e do filho Alexandre, hoje com 19 anos, o fizeram querer esquecer os anos de polêmica. “Esse é o álbum mais maduro do Charlie Brown, sem dúvida”, confirma o cantor, de 39 anos.

O título do disco veio de uma conversa com Falcão, do Rappa, em uma viagem de avião. “Vi em uma revista de bordo a foto do Pelé jogando com uma p... (puta) chuva. Daí veio o nome. Não é só sobre futebol, é uma metáfora das nossas vidas.” Das canções, Chorão destaca O Dom, a Inteligência e a Voz, escrita para Cássia Eller e que só agora ganha vida. “Ela me pediu uma música. Quando liguei para ela para avisar que havia acabado, me avisaram que ela havia morrido. Pensei em passar para a Ana Carolina, mas não deu certo. Mudamos uns arranjos e colocamos no disco.”

Enquanto respondia às perguntas, Chorão desviava o olhar a todo momento para a TV. No documentário, editado por ele mesmo, surgem imagens de skatistas e de bandas como Offspring. “Meu dia a dia é o skate. Não faço uma imagem em cima do palco e outra fora”, explica. Mais do que sua atividade radical longe dos shows, Chorão gosta de falar sobre seus trabalhos humanitários. Há o pavilhão que construiu no Hospital do Câncer, que leva o nome do seu pai (Geraldo Abrão de Jesus), o apadrinhamento de um menino na Febem, a ajuda a um skatista que perdeu a perna, a compra uma casa para a família de um amigo que perdeu a vida.

“Por muito tempo, se falou mais do meu caráter do que da minha música. Até por isso, dei uma sumida dos jornais”, conta. Sem querer entrar em polêmica, Chorão não tem opinião formada sobre o projeto mal sucedido de Champignon, ex-baixista do Charlie Brown Jr. “Não ouvi o 9 Mil Anjos. Só sei que a banda está dando um tempo. Não tenho tempo.”

Quanto à carreira no cinema (ele produziu O Magnata, em 2007), Chorão rodará em 2010 o filme O Cobrador. Ele, que diz ser fã de Woody Allen e Spike Jonze, nega que o filme tenha conexão com o conto de Rubem Fonseca. “Até li o conto, mas é outra história. Não sou um cara que carrega um livro debaixo do braço, mas leio Bukowski e Arnaldo Jabor de vez em quando.” Quem diria?

Valeu galera que ainda está com Charlie Brown!

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