sexta-feira, 2 de outubro de 2009

uai: Líder do Charlie Brown lança novo CD


Por Mariana Peixoto - EM Cultura

Mais do que líder do Charlie Brown Jr., Chorão, nos últimos anos, ficou conhecido como o casca grossa do pop rock. Brigou com Marcelo Camelo (com direito a olho roxo do hermano), demitiu toda a banda, com direito a acusações dos ex-companheiros, e costuma fazer performances no palco com vocabulário que não economiza nos palavrões. Ele sempre manteve distância considerável da imprensa. Agora, resolveu abrir a boca por algumas boas razões. Está de gravadora (Sony Music) e disco novos (Camisa 10 joga bola até na chuva), voltou à ativa depois de um ano sabático. Surpresa: articulado, Chorão mostra que tem o que falar.

“Há muito folclore e o que posso dizer é que não como poodle no almoço”, brinca. Falando sério, ele alega que resolveu se fechar por “atribuírem muito peso a bobagens que aconteceram e pouca atenção a coisas legais”. Entre elas, cita o Grammy Latino que o Charlie Brown ganhou; a vendagem de cerca de quatro milhões de cópias dos álbuns do grupo; e sua primeira incursão no cinema (o filme O magnata, com roteiro do próprio Chorão).

“Saí do nada e hoje emprego um monte de gente (no meio do caminho, chegou a ter duas confecções, atualmente terceirizadas). Sou da mesma geração de bandas como Raimundos, Chico Science e Nação Zumbi e Planet Hemp. Ou seja, o Charlie Brown tem uma importância que não lhe é dada. Chama mais a atenção notícia sobre a história do Los Hermanos”, arremata.

No fim de 2008, já de contrato assinado com a Sony, Chorão e seus novos companheiros (Thiago Castanho na guitarra, Heitor Gomes no baixo e Bruno Graveto na bateria) penduraram as chuteiras por um período. “Fazia 12 anos que não tirava 15 dias de férias. Nesse tempo, só parei 40 dias, quando meu pai faleceu. Nos últimos cinco anos, com a mudança da banda, tive de reestruturar tudo. Então, quis parar um tempo para viver uma vida normal, sossegada, de simplesmente fazer o que estava a fim na hora em que estava a fim.”

O cantor reviu os amigos, passeou, descansou e ficou longe dos palcos. No retorno, havia programado com a gravadora um álbum ao vivo. “Tinha isso no cronograma porque queriam uma coisa relevante, que desse uma ‘bombada’. Para a gente seria mais cômodo, porque o que iríamos fazer é revisitar um repertório que todo mundo conhece.”

Nesse meio tempo, no entanto, Chorão se encontrou com os companheiros de Charlie Brown para fazer um som. Nada premeditado, mas a história acabou vingando. Chamou um parceiro das antigas, Rick Bonadio, para produzir e o disco ficou pronto. Isso ocorreu depois de ele chegar para o pessoal da Sony e anunciar que havia desistido do projeto ao vivo. “É a minha cara mudar tudo aos 45 do segundo tempo. O cara pirou, deve ter pensado que tinha contratado um maluco e que teria de lidar com ele. Mas, quando mostrei as músicas, eles viram que tinha razão.”

Camisa 10 joga bola até na chuva é legítimo filho do Charlie Brown Jr. Não inova, apenas traz o que a banda sabe fazer melhor: a mistura de reggae, rock pesado, pop e balada, com interpretação marcante do vocalista e instrumental competente por trás. “Não criei esse estilo, mas sou pioneiro dessa história”, confirma Chorão. Um dos méritos do grupo, quer seus (muitos) detratores gostem ou não, é ter se firmado no segmento e aberto caminho para uma pá de bandas semelhantes. Muitas delas não chegaram à metade da trajetória do grupo (são 20 anos de banda e quase 13 no chamado mainstream, o mundo das rádios e das gravadoras).

Aos 39 anos, Chorão admite estar mais tranquilo. Busca inspiração principalmente no filho único, de 19 anos. “É um cara que tem vida própria, faz faculdade de cinema. Vejo como ele vive, seus problemas, e tento fazer uma tradução positiva.” Nesse clima meio de recomeço, ele diz que não quer pensar no futuro. “Venci o desafio de tirar férias de um ano sem me perguntar o que ia ocorrer depois. Quando voltei a fazer shows, no mês passado, vi como estava com saudade. Hoje está rolando muita procura de show, a música (Me encontra, o primeiro single) está tocando muito e até a crítica tem falado bem. Um cara que venceu tudo isso só pode continuar trabalhando.” De bem com a vida, sem olhar para trás.

ROTEIRO
Depois de O magnata, Chorão continua no cinema. Atualmente, trabalha no roteiro de O cobrador, filme sobre o funcionário de uma linha de ônibus que passa por transformação ao se tornar cobrador de dívidas do mundo da contravenção. “Aprendi muito com o primeiro filme, vi que o timing do cinema é diferente. Se alguma coisa se atrasar seis meses, parece quase que foi um fim de semana. Estou agora fazendo a pré-produção, recrutando elenco e vendo locação. Só sei que vou filmar no ano que vem”, informa.

Veja o clipe de Me encontra

3 comentários:

leticia tofanelo disse...

MUUUUUUUUUUITO FODA MANO, tamo junto com o seis até o final , familia charlie brown SEEMPRE MANO <3

Anônimo disse...

chorao amo vc muito ''me encontrar ou dxa eu te encontrar''hehehehe te amo msm!

Anônimo disse...

chorao vc è tudo de bom.te amo
by:biah

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